terça-feira, 8 de março de 2011

HISTÓRIA DO OPALA SS



     Em junho de 1970 a GM lançou a versão SS com quatro portas e deixou o público boquiaberto. Faixas laterais e sobre o capô chamavam a atenção de longe e a sigla SS se destacava na grade dianteira. As rodas com desenho exclusivo também se tornaram uma das marcas registradas do modelo. 




    Volante com aro de madeira e alavanca de câmbio no assoalho são itens que chamam a atenção no interior do SS

 
    Por dentro, o ambiente não deixava dúvidas sobre a vocação esportiva. Volante de três raios e conta-giros convidavam o motorista a pisar fundo. Uma história curiosa diz respeito ao significado do logotipo. Na verdade, se refere aos assentos separados (separated seats), apesar de muita gente evocar a tradição norte-americana de super sport. Mas podemos dizer que esta última também faria todo o sentido. 

 


    A própria Chevrolet, no folheto de propaganda da primeira versão, apelava para os primos norte americanos, citando Camaro e Chevelle. Câmbio de quatro marchas no assoalho, freios a disco nas rodas dianteiras e aceleração de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos eram destacados

. Como opcionais, apenas rádio, desembaçador e ar-condicionado.
    
    A sigla SS está por todos os lados; Nos para-lamas, a inscrição 4.100 identifica a versão esportiva.
Além da cara de poucos amigos, outra novidade estava debaixo do capô: o motor de seis cilindros em linha com válvulas na cabeça, 140 CV a 4000 rpm, torque máximo de 29,0 kgfm a 2400 rpm. Transmissão 4 marchas no chão, todas sincronizadas., tornando-se um ícone entre os apaixonados por Opala e recebe até hoje diversas receitas de preparação. A velocidade máxima quase encostava nos 170 km/h. recebeu um aumento de cilindrada, passando de 3,8 litros para 4.1tendo um ganho de 23 cavalos.

Reduções: 1a 2,79:1, 2a 2,02:1, 3a 1,39:1, 4a 1,00:1, Ré 3,57:1. Eixo traseiro semiflutuante, redução 3,08:1, diferencial com tração positiva. Freios tipo hidráulico com 2 circuitos independentes, a disco nas rodas dianteiras e a tambor nas rodas traseiras.
    
Logo após o lançamento, o esportivo foi testado por Emerson Fittipaldi e Colin Chapman. Ambos registraram suas impressões para uma reportagem no autódromo de Interlagos. O inglês elogiou o carro e declarou que compraria um se morasse no Brasil. Emerson gostou, mas disse que quatro portas não combinavam com esportividade.
    
  As revistas especializadas ajudaram a criar a fama e dividir o público. Os comparativos entre SS, Maverick GT e Dodge Charger R/T geravam – e ainda geram – uma discussão sadia a respeito dos números. Isso sim é paixão. 

  



    A novidade da carroceria cupê chegou em 1972, com todo o charme do fastback ou cupê, cujos destaques eram ausência de coluna central, janelas sem molduras e caída fluida da traseira. O novo formato parecia ter sido feito para o SS e se tornaria o padrão da versão até o fim da vida dela, em 1980. . Novamente a publicidade agressiva se fez presente. O modelo aparecia saltando e com o motorista vestindo luvas antes de dirigi-lo.

 

    A linha SS, sofreu reestilização leve em 1973, com as setas passando às laterais dianteiras dos pára-lamas.










principais mudanças foram as setas que passaram para a lateral dianteira do para-lama.


SS rosa Pantera.


    Em resposta à crise do petróleo deflagrada em 1973, a Chevrolet lançava em 1974 o Opala SS4, que marcava a estréia do motor 151-S, versão mais potente do quatro-cilindros recém-melhorado em suavidade de funcionamento. 





A principal diferença, na parte estética, entre o SS4 e o seu irmão mais nervoso o SS6 estavam nas faixas laterais, capô e parachoques que eram cromados no SS6e pretos no SS4.
    À partir da linha 1975,  ganhava novo capô, luzes de seta inspiradas no Chevelle 1971 e os dois pares de lanternas redondas que davam um toque de Impala ou Camaro à traseira. 





Famoso opala SS Tigrado 1975
     Em 1976 o motor 250-S chegou para enfatizar o desempenho e conquistar ainda mais fãs. A potência saltou para 171 cv brutos e o modelo se tornou o mais rápido do Brasil.





      O fôlego que faltava veio em 1976, com o lançamento do motor 250-S. Com carburador de corpo duplo, tuchos de válvula mecânicos e comando mais "bravo", o 250-S chegava aos 171 cavalos brutos. 


       1977: Poucas alterações em relação ao ano anterior.


     1978: As faixas sobem um pouco, ficando acima da caixa de ar. Retrovisores envolventes também seriam adicionados. neste ano foi introduzido na linha SS o Opala Caravan


        1979: Poucas alterações na despedida dos anos 70 e desse desenho.



    O acabamento SS seria estendido à Caravan na linha 1978, apresentada com o slogan "leve tudo na esportiva". Na linha 1979, os retrovisores externos carenados pintados da cor da carroceria conferiam ares exclusivos à versão. Porém, seriam suspiros finais daquele que se despediria na linha 1980, ainda a tempo de ganhar os faróis e as lanternas quadradas que caracterizariam o Opala da primeira metade daquela década.   
 
    Com a chegada da nova década e concorrentes mais leves e rápidos, a versão esportiva disse adeus, no final de 1980. Os exemplares desse ano se tornaram raros e agora já podem solicitar a desejada placa preta. Mais do que uma sigla, o SS despertou desejo, paixão e incomodou a concorrência. Três fatores que o transformaram em um verdadeiro mito.

 




E assim o Brasil se despediu da fabricação de uma lenda, que até hoje brilha e provoca reações de todos por onde passa, e que nas mãos de apaixonados preservam essa lenda viva chamada OPALA SS.